CASTRO, J. C. L.
Tânatos e a ordem simbólica.
Caderno de resumos do IV Congresso Latino-Americano de Ciências Sociais e Humanidades Imagens da Morte,
Niterói (RJ),
Universo,
p. 84,
2010.
ISSN: 2178-0781
Resumo: Do ponto de vista da psicanálise lacaniana, que se ancora em Freud, a presença da morte no psiquismo humano assume principalmente a forma de pulsão de morte. Como tal, ela não remete simplesmente à cessação física da vida, mas a tudo aquilo que escapa aos parâmetros biológicos da existência, envolvendo assim a ordem simbólica desde seus primórdios: o advento da palavra traz a morte da coisa, os primeiros monumentos humanos são funerários. O simbólico constitui uma espécie de prótese, de dispositivo artificial acoplado ao organismo humano, que leva a uma desnaturalização do corpo. Por conta dessa subversão da natureza, há algo além do princípio do prazer, algo que transpõe o nível aceitável de tensão: trata-se do aspecto da pulsão que corresponde à pulsão de morte. Freud primeiro distingue entre pulsões sexuais e pulsões do eu ou de autopreservação, depois entre pulsão de vida e pulsão de morte. Preservando o dualismo do modelo freudiano, Lacan fornece uma chave para entendê-lo: toda pulsão é, ao mesmo tempo, pulsão de vida e pulsão de morte.
Palavras-chave: pulsão de morte, Tânatos, psicanálise, Freud, Lacan.
English title: Thanatos and the symbolic order
|