CASTRO, J. C. L.
A morte em vida do neurótico obsessivo.
Anais do V Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e XI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental,
Fortaleza (CE),
2012.
Endereço original: http://www.fundamentalpsychopathology.org/uploads/files/v_congresso/mr_53_-_julio_cesar_lemes_de_castro.pdf
Resumo: A neurose obsessiva, inovação nosográfica de Freud, é relacionada por ele a uma experiência infantil de excesso de gozo e às barreiras ao gozo erigidas após a fase edipiana. Para Lacan, devido a uma falha na função paterna, o obsessivo tem dificuldade em passar da condição de ser o falo (imaginário) da mãe à de ter o falo (simbólico) a partir da identificação com o pai. Isso implica uma dificuldade em lidar com o desejo. É para contrapor-se ao desejo do Outro, e por tabela rarefazer seu próprio desejo e defender-se do gozo, que o obsessivo tenta objetivar, relativizar, negar o Outro. A intenção de controlar o Outro trai sua subordinação a este, evidenciada pelo enredamento em operações mentais e pela tendência a ordem, parcimônia e obstinação. Como o escravo que procrastina à espera da morte do senhor para enfim poder gozar, o obsessivo já está, de fato, morto. Ele troca a vida, representada pelo desejo e sua materialização no real do ato, por inibições que, conquanto lhe propiciem um fiapo de gozo, fazem dele uma espécie de zumbi.
Palavras-chave: neurose obsessiva, inibição, Freud, Lacan.
English title: The living death of the obsessional neurotic
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