CASTRO, J. C. L.
Neoliberalismo, autoimunidade e redes sociais.
Anais do V Encontro Nacional da ULEPICC-Brasil – União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura,
Rio de Janeiro (RJ),
UFRJ,
p. 867-877,
2014.
ISSN: 2178-9657
Resumo: Este trabalho se propõe a pensar os conceitos de comunidade, imunidade e auto-imunidade a partir de duas categorias fundamentais da economia política, liberalismo e neoliberalismo. Esposito mostra que o paradigma imunitário, ao isentar os indivíduos de obrigações com o comum, funciona como contrapartida necessária da comunidade. Esse paradigma apoia-se, na modernidade, em princípios caros ao liberalismo, como a propriedade e a liberdade. Em nossa época, contudo, o neoliberalismo, tal como caracterizado por Foucault, ao radicalizar os princípios liberais, tem um efeito autoimunitário, que equivale ao esvaziamento da comunidade. Essa mudança tem uma natureza biopolítica. A articulação contemporânea entre neoliberalismo e autoimunidade é ilustrada por uma análise das redes sociais, que destaca nesse fenômeno comunicacional a valorização do individualismo e os padrões fluidos de sociabilidade.
Palavras-chave: neoliberalismo, autoimunidade, comunidade, biopolítica, redes sociais.
English title: Neoliberalism, autoimmunity, and social networks
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